Desde que somos pequenos, ouvimos muitas coisas que nos fazem crescer
com medo de outras tantas – “engolir o chiclete faz o estômago colar”,
por exemplo. E quando o assunto é tecnologia, isso também é verdade.
Afinal de contas, qual avó nunca reclamou do video game por achar que
ele poderia estragar a televisão da sala?
Hoje, reunimos alguns dos maiores mitos da tecnologia para dizer se
eles são realmente verdadeiros ou se não passam de “histórias para boi
dormir”. Fique atento, pois certamente você verá algo que alguém já lhe
disse e você sempre duvidou se isso era real ou não.
1. Colocar a pilha no freezer pode recarregá-la?
Muitas pessoas têm o costume de colocar pilhas em refrigeradores e
freezers para que elas sejam “recarregadas”. Mas a verdade é que isso é
impossível de acontecer. “Tecmundo, eu juro que uma vez a bateria do
controle remoto acabou e, depois de deixá-la no freezer, voltou a
funcionar!”. Sim, nós sabemos que isso é verdade, mas o que aconteceu
nesse caso não foi uma recarga, mas uma ativação de carga.
As pilhas possuem uma carga elétrica que é gerada por processos
químicos dos elementos utilizados em sua composição. E as baixas
temperaturas podem fazer com que os elementos presentes nas baterias
consigam gerar a eletricidade necessária para mais alguns minutos de
utilização – em aparelhos que exijam pouca corrente, como controles
remotos.
O site
LifeHacker
afirma que a refrigeração das pilhas funciona muito mais para retardar a
dissipação da carga do que como um gerador de corrente. Por essa razão,
o armazenamento em freezers para pilhas não alcalinas é recomendado –
uma vez que elas perdem uma quantidade significativa de carga todos os
dias.
2. Mac e Linux não têm vírus
Por muitos anos, os usuários do Windows sofreram com as piadinhas
daqueles que utilizam outros sistemas operacionais. Essas brincadeiras
eram geralmente voltadas ao fato de “somente o sistema da Microsoft ter
vírus”. Mas será que Mac e Linux realmente são invulneráveis a qualquer
ameaça virtual?
Realmente, existem menos pragas para os outros sistemas, mas o motivo
para isso é muito simples: criar um código malicioso que afete o
Windows pode ser muito mais proveitoso para os crackers – justamente por
haver muito mais chances de acertos, devido ao número de usuários do
sistema. Mas à medida que os outros crescem, certamente a quantidade de
vírus vai crescer também.
Um bom exemplo disso é o
Flashback, que atingiu o Mac OS X há pouco tempo. Depois desse fato, até mesmo a Apple admitiu que o seu sistema operacional
não seria invulnerável.
Sistemas portáteis também não são perfeitos, por essa razão o Android
observa a quantidade de malwares crescendo constantemente e até mesmo o
iOS já viu suas primeiras ameaças.
3. CD pirata pode danificar o aparelho de som?
Um dos pontos que é preciso analisar antes de comprar uma mídia
virgem (CD-R) é a cor dela. Você pode não saber, mas isso influencia
diretamente na qualidade do material que está sendo utilizado – pois
indica qual o elemento-base da composição. Os discos piratas geralmente
são feitos de fito-halocianino, pois é o mais barato que se pode
encontrar (quando não há disfarce da coloração, são esverdeados).
E esse tipo de mídia apresenta menos densidade do que outras mais
caras, por isso é comum que qualquer pequeno risco já faça um grande
estrago na reprodução do áudio. Como informa o
Clube do Hardware,
discos de fito-halocianino são menos reflexivos do que os prateados, o
que força os canhões de leitura a trabalhar acima da capacidade máxima
e, dessa forma, reduz a vida útil deles.
Por essa razão, pode-se dizer que os CDs piratas são realmente
prejudiciais aos aparelhos de som, mas desde que criados com compostos
de baixa qualidade. O mesmo vale para discos de jogos e DVDs de filmes.
4. Video game estraga a televisão?
Isso é verdade e também é mito, depende de qual tipo de televisor
estamos falando. Em 1985, o Nintendo Entertainment System (NES, também
conhecido como Nintendinho) chegou aos Estados Unidos e foi o primeiro
console a fazer um grande sucesso de vendas em todo o mundo. Naquela
época, era comum que os jogos tivessem muitas imagens estáticas,
principalmente os cenários.
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Só mesmo as TVs de tubo sofriam com esse problema (Fonte da imagem: iStock) |
Como os televisores utilizados no mesmo período eram de tubo CRT, com
certa frequência era possível encontrar manchas nas telas (o chamado
“burn-in”) após longas jornadas de jogatina. Mas o avanço dos video
games fez com que isso fosse muito menos presente, devido principalmente
à maior variedade de cores e movimentações nas partidas.
Vale dizer também que as televisões evoluíram. Com isso, a tecnologia
utilizada parou de ser responsável por disparos de cátodos até o vidro e
passou a ser composta por LCDs, LEDs e telas de plasma – estas últimas
até sofrem com o burn-in, mas são mais facilmente corrigidas em casos de
manchas.
5. Quantidade de memória é o que mais importa na placa de vídeo?
Alguns anos atrás, o que a maioria das pessoas queria saber na hora
de comprar uma placa gráfica era: “Quantos MB de memória ela tem?”. O
que parecia mais importante era exatamente isso, fazendo com que muitos
pensassem apenas nessa especificação. O problema é que uma placa de
vídeo com 1 GB de memória pode ser inferior a outra com 512 MB.
Isso acontece por dois fatores principais: tipo de memória utilizada e
também processador gráfico existente na placa. A memória GDDR5 é muito
superior à DDR3, principalmente quando estamos falando de uma
aceleradora gráfica. Além disso, também devem ser observados alguns
detalhes, como largura de banda de memória e interface dela – pois isso
deixará claro quanto pode ser transferido por segundo.
A GPU (Unidade de Processamento Gráfico, que é o processador da
placa) também é vital para essa análise. De nada adianta uma placa de
vídeo com 1 GB de memória se o clock de processamento e a arquitetura
utilizada não forem suficientes para calcular todas as informações que o
consumidor precisa. Para entender melhor o assunto,
clique aqui e acesse o "Glossário das placas de vídeo".
6. Ímãs podem apagar os dados de unidades de armazenamento?
Há alguns anos, o Tecmundo preparou um artigo que
desvendava o mito
de que ímãs próximos aos discos rígidos poderiam apagar dados
importantes. Ficou claro que era preciso de uma força magnética muito
grande para que isso acontecesse, mas será que o mesmo pode ocorrer com
CDs e outras mídias de armazenamento?
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Completamente imune a ímãs (Fonte da imagem: iStock) |
Como o
eHow
deixou bem claro, os dados não ficam gravados de forma magnética nos
CDs e DVDs, ao contrário do que acontece com fitas VHS ou cassete – que
são criadas com materiais magnéticos. Quando a dúvida chega aos
pendrives, a influência também não existe. Qualquer tipo de memória
Flash é imune aos ímãs, porque não existe nenhum magnetismo utilizado na
produção delas.
7. Lasers e celulares podem derrubar aviões
Se você já viajou de avião, deve ter ouvido recomendações para
desligar seu celular assim que as portas da aeronave forem fechadas. O
principal motivo para isso, segundo a regulamentação da ANAC (Agência
Nacional de Aviação Civil), é evitar que o sinal dos aparelhos interfira
no bom funcionamento dos equipamentos de navegação.
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Não é uma boa hora para ligar e avisar que vai demorar (Fonte da imagem: iStock) |
Um
estudo da Boeing
(uma das maiores fabricantes de aviões comerciais do mundo), colocou 16
aparelhos em uma aeronave (em solo) para determinar a influência deles
nos equipamentos do avião. A conclusão foi que eles realmente fazem com
que vários sinais diferentes sofram interferências, o que poderia ser
prejudicial à segurança dos voos.
Quanto aos lasers apontados para os aviões, eles podem ser realmente
perigosos. Giorge Tsuruta entrou em contato com o Tecmundo e nos contou o
seguinte: "Os feixes de laser ganham amplitude conforme a distância e
ao serem apontados para cabine "inunda" a mesma com luz intensa
ofuscando a visão dos pilotos, que deixam de enxergar os instrumentos do
painel e pista do aeroporto para pouso, exatamente como demonstrado na
foto (abaixo). Se incidir diretamente sobre os olhos dos tripulantes
pode até causar cegueira.
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(Fonte da imagem: Campanha pela Segurança dos Pilotos de Aviação) |
Tsuruta trabalha com Segurança de Voo e entrou em contato com nossa
equipe para solicitar a correção, após termos dito que os lasers só
atrapalhavam o voo se fossem incididos diretamente nos olhos dos
pilotos. O Tecmundo agradece imensamente pela colaboração de Giorge
Tsuruta.
.....
Viu como nem tudo o que falam por aí é verdade? Certamente você já
havia escutado alguém falar alguns dos itens que citamos no texto. A
partir de agora, sempre que você ouvir algo parecido com isso, já sabe
como tirar a dúvida das pessoas.
Fonte: Tecmundo
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